ISSN: 2155-9899
Maria Elsa Gambuzza, Vincenza Sofo, Francesca Maria Salmeri, Luca Soraci, Silvia Marino e Plácido Bramanti
Perturbações nos processos imunológicos desempenham um papel importante na esclerose múltipla (EM), um distúrbio autoimune em que receptores específicos de reconhecimento de padrões imunológicos inatos (PRRs), como receptores Toll-like (TLRs), demonstraram recentemente desempenhar um papel importante na iniciação da doença, no desencadeamento de recaídas e na regulação de danos ao SNC. A resposta imunológica anormal na EM demonstrou ser dependente do histórico genético, apesar de fatores ambientais, incluindo patógenos capazes de superestimular a resposta imunológica inata por meio de TLRs, parecerem contribuir para o desenvolvimento de células T autorreativas que, por sua vez, causam danos à mielina. No entanto, enquanto a regulação positiva da maioria dos TLRs desempenha um papel prejudicial na patogênese da EM, estudos recentes sugerem um papel melhorador do TLR3 no início e na progressão da EM e da encefalomielite autoimune experimental (EAE), um modelo murino de EM. A ativação do TLR3 parece proteger da doença, principalmente por meio da indução de interferon (IFN)β. Portanto, a estimulação de TLR3 com imunomoduladores sintéticos pode representar uma abordagem alternativa potencial na terapia de EM. Entre os compostos experimentais direcionados a TLR3, a molécula de RNA de fita dupla incompatível Ampligen ® pode ser promissora no tratamento de pacientes com EM recorrente. Ampligen ® está atualmente em ensaio clínico de fase III no tratamento da síndrome da fadiga crônica/encefalomielite miálgica (SFC/EM), uma doença que mostra níveis notáveis de similaridade com a EM. O objetivo deste artigo é fornecer uma breve visão geral sobre o desenvolvimento histórico, farmacologia clínica, ensaios clínicos e dados de segurança do Ampligen ® e discutir sobre seu papel potencial no tratamento da EM no contexto das opções terapêuticas existentes.