ISSN: 2161-0487
Clea Bruun Johansen, Rikke Torenholt, Eva Hommel, Minna Wittrup, Bryan Cleal e Ingrid Willaing
Enquadramento: A diabetes está associada a um risco aumentado de sofrimento por diabetes, depressão, ansiedade e distúrbios alimentares. Ainda assim, os profissionais de saúde que trabalham com diabetes muitas vezes não conseguem identificar os doentes com problemas psicológicos graves e não abordam as questões psicológicas em geral. O nosso objetivo foi explorar as barreiras percebidas pelos diabetologistas para abordar as questões psicológicas nas consultas de diabetes.
Métodos: Realizámos entrevistas individuais semiestruturadas qualitativas com 12 diabetologistas que trabalham em clínicas especializadas em diabetes em quatro hospitais dinamarqueses diferentes. Todas as entrevistas foram transcritas literalmente e analisadas por condensação sistemática de significados.
Resultados: Identificámos três categorias principais de barreiras: 1) a organização estrutural das consultas de diabetes, por exemplo, tempo de consulta escasso, trabalho de rastreio extensivo e falta de possibilidades de referenciação; 2) a relação entre os doentes e os médicos, por exemplo, a perceção das atitudes do doente ou da personalidade do doente; e 3) o diabetologista individual, por exemplo, competências adquiridas e inerentes, e a área de responsabilidade percebida pelo médico. Os aspetos psicológicos da diabetes foram geralmente percecionados como mais importantes pelos diabetologistas mais jovens. Os médicos mais experientes tendiam a considerar as questões psicológicas como de menor importância e fora da sua responsabilidade principal.
Conclusão: A organização estrutural das consultas, especialmente as restrições de tempo, e a área de responsabilidade percebida foram as barreiras mais proeminentes para abordar os problemas de saúde mental nas consultas de diabetes. O nosso estudo fornece explicações para o fosso entre o conhecimento generalizado entre os diabetologistas sobre a importância das questões psicológicas e a frequente falha na abordagem de tais questões, e assim fornece uma base para o desenvolvimento de estratégias para facilitar uma mudança de prática.