ISSN: 2161-0932
Allex Jardim da Fonseca, Cibelli Navarro Roldan Martin, Rebeca Liebich Gusmão Gigante, Luiz Carlos de Lima Ferreira e Giacomo Balbinotto Neto
Enquadramento: Embora o Cancro do Colo do Útero (CCU) possa ser eficazmente prevenido, é ainda um grave problema de saúde pública, especialmente nos países em desenvolvimento. No Brasil, são esperados quase 18 mil novos casos em 2013, e é o tipo de neoplasia que mais ceifa a vida das jovens. Foram desenvolvidas novas estratégias de prevenção secundária (como o teste HPV-DNA) e estratégias de prevenção primária (vacinação contra o HPV). No entanto, a aplicação destas estratégias a grandes populações é dispendiosa e a sua utilização é limitada no Brasil. Como os recursos financeiros são escassos no panorama brasileiro, os estudos sobre as implicações económicas das novas tecnologias preventivas para o CCU podem apoiar decisões racionais e baseadas em evidências em saúde pública.
Métodos: Foi realizada uma pesquisa sistemática dos artigos (1970 a 2013) na MEDLINE, EMBASE, Cochrane Collaboration of Systematic Reviews e LILACS. O objetivo foram artigos originais que avaliassem o custo-efetividade das estratégias de prevenção primária e/ou secundária do cancro do colo do útero no Brasil.
Resultados: Um total de 6 artigos foram incluídos nesta revisão. Dois artigos descreveram análises económicas de estratégias de rastreio populacional em comparação com a estratégia atual no Brasil (citologia oncótica). Quatro artigos avaliaram a adição de uma vacina contra o HPV (genótipos 16 e 18) para o Brasil em comparação com o rastreio populacional.
Conclusão: Apesar de elevarem os custos da prevenção do cancro do colo do útero, as novas tecnologias preventivas revelam um perfil de custo-efetividade favorável para o caso do Brasil. Ignorar as novas tecnologias preventivas para o CC pode levar a consequências erradas e perversas num país onde os programas baseados na técnica de Papanicolau tiveram apenas um sucesso parcial.