ISSN: 2329-9096
Volkhard Gober, Uta Fah, Dorothee Keller, Hugo Saner, Thierry P. Carrel e Lars Englberger
Objetivo: Um número crescente de pacientes idosos e multimórbidos são submetidos a cirurgia cardíaca, o que resulta em aumento da morbidade pós-operatória, tempo de internação prolongado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e maiores custos hospitalares. Nosso objetivo foi avaliar o modelo do Sistema Europeu de Avaliação de Risco Operatório Cardíaco (EuroSCORE) para a predição de tempo de internação na UTI, tempo de internação hospitalar, esforço diário de enfermagem necessário e o tipo de reabilitação cardíaca. Métodos: Avaliação observacional prospectiva de 505 pacientes adultos consecutivos (idade média de 65,1 ± 12,1 anos, 25,7% mulheres) que foram submetidos a cirurgia cardíaca e/ou torácica aórtica com Circulação Extracorpórea (CEC). Resultados: A mediana do EuroSCORE aditivo e logístico foi de 5 (Intervalo Interquartil (IQR) 3-7) e 5,8 (IQR 2,6-14,1), respectivamente. Na análise univariada, tanto o EuroSCORE aditivo quanto o logístico foram significativamente associados com tempo de internação prolongado na UTI, tempo de internação hospitalar prolongado, maior esforço diário de enfermagem e o tipo de reabilitação cardíaca (internação versus ambulatorial), p<0,001 para todas as correlações. A análise multivariada incluindo outras variáveis clinicamente relevantes (duração da CEC, tipo de operação, idade, Índice de Massa Corporal (IMC), urgência da cirurgia, Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE)) mostrou maior EuroSCORE aditivo e maior EuroSCORE logístico, independentemente associados com tempo de internação prolongado na UTI, tempo de internação hospitalar prolongado e maior esforço diário de enfermagem. No entanto, o EuroSCORE não previu independentemente o tipo de reabilitação. Conclusão: O modelo EuroSCORE pode ser usado para identificar pacientes com risco elevado para tempo de internação prolongado na UTI, tempo de internação hospitalar prolongado e maior intensidade de carga de trabalho pós-operatória, e é preditivo para o tipo de reabilitação. Esta conclusão pode contribuir para otimizar o gerenciamento da capacidade de leitos hospitalares, bem como um planejamento sistemático de recursos de UTI, cuidados de enfermagem pós-operatórios e reabilitação cardíaca.