ISSN: 2572-0805
Ogbochi McKinney, Daniel Pearce, Jim Banta, Ronald Mataya, Adamson Muula, James Crounse, Pamela Mukaire e Pax A Matipwiri
Enquadramento: O tratamento antirretroviral é fundamental para aumentar a sobrevivência entre os indivíduos seropositivos. O sucesso do tratamento é garantido pela estrita adesão à terapêutica antirretroviral (TARV), resultando numa melhoria da qualidade e quantidade de vida. Objectivo: Comparar a adesão à escala visual analógica (EVA) (auto-relato) com os relatórios de adesão à contagem de comprimidos de indivíduos que recebem tratamento para o VIH numa clínica religiosa rural, ao mesmo tempo que se avaliam as relações entre estas duas medidas de adesão com os efeitos secundários dos medicamentos, insegurança alimentar, características demográficas e construções sociopsicológicas. Métodos: Trata-se de um estudo transversal não experimental de uma amostra de conveniência de 200 mulheres seropositivas em idade reprodutiva em TARV numa clínica religiosa em Makwasa, distrito de Thyolo, Malawi. As contagens de comprimidos, a adesão VAS e outras medidas de construção foram realizadas de novembro a dezembro de 2013. Foi utilizada uma análise bivariada para testar a associação entre os dois resultados de adesão e os fatores de base e foram utilizados modelos de regressão logística univariada (ULR) para explorar a associação de cada variável para os dois estádios de adesão; A regressão logística multivariada (MLR) foi utilizada para examinar a associação entre as variáveis de estádio e os determinantes da adesão. Resultados: A adesão média à concentração de comprimidos foi de 79,00 ± 29,66 em comparação com 96,55 ± 14,21 para a adesão ao EVA. A insegurança alimentar domiciliária (OR=1,40; P=0,01), a insegurança alimentar individual (OR=1,54; P=0,00) e a autoeficácia (OR=2,93; P≤0,00 ) estiveram significativamente associados à contagem de comprimidos na ULR. Insegurança alimentar domiciliária (OR=0,44; P=0,00) e individual (OR=0,38; P=0,003), autoeficácia (OR=0,35; P=0,04), normas subjetivas (OR= 0,24; P=0,02) e a atitude (OR=0,34; P=0,04) associaram-se à adesão ao EVA na ULR. Na multivariada, a autoeficácia (ajustada) associou-se à contagem de comprimidos, enquanto a atitude (ajustada) associou-se à adesão ao EVA. Conclusões: O estudo mostrou que existia um fosso entre a adesão ao EVA e a adesão à contagem de comprimidos, indicando que os participantes sobrestimaram verbalmente a sua adesão. Além disso, uma intervenção centrada nos suplementos alimentares seria útil para melhorar a adesão associada à insegurança alimentar.