Avanços em Ética Médica

Avanços em Ética Médica
Acesso livre

ISSN: 2385-5495

Abstrato

Fuga viral do HIV no sistema nervoso: uma coorte retrospectiva

Bárbara Lima

Resumo 
Introdução: A terapia antirretroviral combinada (TARC) reduz efetivamente a replicação do HIV no plasma e no líquido cefalorraquidiano (LCR). O escape do HIV no LCR é definido pela replicação viral no SNC, apesar da supressão virológica no plasma, ou por uma carga viral mais alta no LCR do que no plasma. O objetivo deste estudo foi caracterizar os pacientes que preencheram os critérios de escape do HIV no SNC durante um período de 4 anos em um hospital português. O vírus da imunodeficiência humana (HIV) entra no sistema nervoso central (SNC) precocemente durante o curso da infecção, estabelecendo um reservatório viral único neste compartimento. A terapia antirretroviral combinada (TARC) mudou a epidemia do HIV, uma vez que reduz efetivamente a carga viral no sangue e no líquido cefalorraquidiano (LCR) para níveis indetectáveis ​​pelos ensaios comerciais atuais. Contexto: No entanto, o HIV pode continuar a replicar-se em níveis baixos no SNC, apesar da supressão virológica no sangue periférico, levando à compartimentalização viral do SNC, com ou sem sintomas neurológicos. Esta entidade clínica é denominada escape do HIV do SNC e é definida nas diretrizes atuais pela carga viral detectável do HIV no LCR, mas indetectável no plasma ou pela carga viral mais alta do HIV no LCR do que no plasma. Embora assintomática na maioria dos casos, a discordância LCR/plasma pode ser neurologicamente sintomática, e até mesmo casos de comprometimento neurológico grave foram relatados. Além disso, características de neuroimagem que podem ser úteis no reconhecimento do escape neurossintomático foram descritas. 
 
Método: - De um total de 42 punções lombares realizadas com solicitação de carga viral do HIV no LCR, de novembro de 2014 a setembro de 2018 no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, Amadora, Portugal, identificamos retrospectivamente pacientes com infecção pelo HIV-1 que apresentaram RNA do HIV detectável em amostras do LCR. Selecionamos pacientes com mais de 17 anos e que estavam em TARVc por mais de 6 meses e compilamos pacientes que preencheram os critérios de escape viral do SNC conforme definido abaixo (n = 12). Dezenove pacientes foram excluídos por apresentarem carga viral de HIV no LCR indetectável e os restantes (n=11) não preencheram os critérios abaixo nem estavam em terapia antirretroviral por pelo menos 6 meses. Definimos escape de HIV no SNC de acordo com as diretrizes atuais da Sociedade Clínica Europeia de AIDS (EACS): carga viral de HIV detectável no LCR (>20 cópias/mL), mas indetectável no plasma 
 
Resultados: Entre novembro de 2014 e setembro de 2018, a carga viral do HIV no LCR foi medida em 42 pacientes adultos com infecção crônica pelo HIV em nossa instituição. Doze desses pacientes (29%) preencheram os critérios para escape viral do SNC, todos em TARVc por mais de 6 meses. Conforme resumido, a população era composta por 9 homens e 3 mulheres com idade média de 42 anos (± 8). Metade dos pacientes era da África Subsaariana, enquanto os outros eram de origem portuguesa. A duração média da infecção pelo HIV-1 foi de 9 anos (± 8) e a maioria dos pacientes havia experimentado imunossupressão avançada no passado (a contagem mediana de células T CD4+ nadir foi de 47 células/µL (12-92) e 92% dos pacientes tinham infecção em estágio 3 de acordo com a definição de caso 6 do Centers for Disease Control and Prevention (CDC)), com diversas condições definidoras de AIDS, que ocorreram em uma mediana de 2 anos (2-6) antes do evento. Quatro (4) pacientes tinham coinfecção crônica com vírus da hepatite (dois (2) pacientes com vírus da hepatite B e dois (2) pacientes com vírus da hepatite C). Os pacientes estavam em cART por uma duração média de 6 anos (± 4), e a maioria deles havia passado por múltiplos regimes cART anteriores. O regime cART atual consistia em dois inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos (NRTIs) mais um inibidor da protease (IP) reforçado com ritonavir em 9 pacientes; dois NRTIs mais um inibidor da integrase (II) em 2 pacientes; e NRTI mais um IP reforçado com ritonavir mais um inibidor da transcriptase reversa não nucleosídeo (NNRTI) em um paciente. O IP reforçado com ritonavir mais comum foi darunavir (800 mg QD) (6 pacientes), seguido por atazanavir (2), lopinavir (1) e saquinavir (1). Ambos os pacientes cujo regime incluía um inibidor da transferência de cadeia da integrase (INSTI) estavam em dolutegravir. A pontuação média de eficácia de penetração no SNC (CPE)7 para o regime atual foi de 7(± 1). Períodos de não adesão à TARc foram relatados nos prontuários médicos dos pacientes em três casos e um paciente apresentou falha no tratamento. 
 
Biografia 
Bárbara Flor-De-Lima está atualmente trabalhando em um Departamento de Doenças Infecciosas, Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, Amadora, Portugal 

Isenção de responsabilidade: Este resumo foi traduzido com recurso a ferramentas de inteligência artificial e ainda não foi revisto ou verificado.
Top