ISSN: 2385-5495
Mansooreh Saniei e Hossein Baharvand
A governança da biociência inovadora pode influenciar extensivamente o crescimento da ciência, economia, sociedade e direito de cada país. Semelhante a muitos países, as nações muçulmanas estão vivenciando uma variedade de conflitos socioculturais e políticos relacionados à biociência emergente, incluindo pesquisa e terapia com células-tronco embrionárias humanas (hES). Entre os muçulmanos, a discussão sobre a ética e a política regulatória relacionada à pesquisa com células-tronco embrionárias humanas é vista principalmente como uma posição restritiva, no entanto, algumas nações muçulmanas assumem uma posição intermediária, por exemplo, o Irã como um país líder entre as nações muçulmanas. O islamismo, semelhante a outras religiões, influencia significativamente os debates morais, sociais e legais em torno da ciência das células-tronco embrionárias humanas. O principal argumento é sobre o nível de proteção do embrião humano, pois ele é usado para obter células-tronco e depois destruído. Este ensaio retrata amplamente as construções morais fundamentais das deliberações islâmicas sobre biociência e tecnologia em geral, e particularmente a ciência das células-tronco embrionárias humanas na tradição xiita. O artigo nos ajuda a entender como o conhecimento científico, os discursos bioéticos e as deliberações legais são produzidos nos países muçulmanos. Após introduzir algumas informações de contexto, ele se aprofunda nos temas centrais que enquadram a discussão, com referência à controvérsia moral em torno da ciência das células-tronco embrionárias humanas e da fé islâmica. Este relato pretende apresentar os principais debates destacados e questões controversas. O ensaio conclui que, dados os conflitos contínuos entre ciência, política e religião em muitos países, em alguns países, por exemplo no Irã xiita, a ciência das células-tronco embrionárias humanas converge com crenças religiosas e políticas governamentais.