ISSN: 2165-8048
Nyakudarika E, O'Loughlin A, Andrew Hill
Histórico: A epidemiologia e o tratamento da endocardite infecciosa (EI) na Costa Central não foram descritos anteriormente, até onde sabemos. Buscamos caracterizá-la e esclarecer quaisquer peculiaridades que possam definir a EI na Costa Central. Métodos: Foi feita uma revisão retrospectiva de detalhes de pacientes internados no hospital e submetidos a um diagnóstico de EI ao longo de um período de três anos. Demos atenção especial aos fatores de risco para EI e aos resultados de hemoculturas, ultrassonografia cardíaca e outras imagens. Analisamos os resultados dos pacientes. Um total de 78 admissões preencheram os critérios de inclusão para o estudo. Pacientes com mais de uma admissão durante o período do estudo foram contados como um, deixando um total de 63 pacientes. Dos 63 pacientes incluídos, 9 foram diagnosticados incorretamente como portadores de EI. Resultados: Dez pacientes (18,5%) tinham histórico de uso atual ou anterior de drogas intravenosas (UDIV). A UIV foi associada ao tabagismo, maior probabilidade de mais de uma admissão com problemas relacionados à EI, idade mais jovem e infecção por hepatite B e/ou C. A infecção por Staphylococcus aureus foi responsável pelo maior número de casos de EI, presente em 17 pacientes (31%). A maioria dos casos de infecção por S. aureus foi sensível à meticilina (15 pacientes de 17 pacientes (88%)). O estreptococo foi o segundo patógeno mais prevalente. A gentamicina, usada sozinha ou em combinação, foi o agente antimicrobiano mais comumente usado. Todos os pacientes foram submetidos à ecocardiografia transtorácica (ETT) pelo menos uma vez e 50 pacientes (89%), à ecocardiografia transesofágica (ETE). A valva aórtica (VA) foi a mais comumente afetada, sendo envolvida em 25 pacientes (44%), seguida pela valva mitral (VM). Vinte e quatro pacientes, representando 48%, foram transferidos para um hospital terciário com disponibilidade de cirurgia cardiotorácica. Durante o período do estudo, houve 4 mortes, representando 7% de mortalidade. Conclusões: O envolvimento da valva aórtica foi a lesão valvar mais comum. As valvas protéticas conferiram o maior risco para EI. A maioria dos casos de IE foi devido à infecção por S. aureus sensível à meticilina (MSSA) e a gentamicina foi a terapia antimicrobiana mais comumente usada. Os casos de diagnóstico incorreto foram devidos à não adesão aos critérios diagnósticos estabelecidos.