ISSN: 2167-0870
Nadia Mariel Rivera-Larraga*, Fernando Javier Pena-Gonzalez, Adrian Arguello-Pina, Luis Angel Gonzalez-Vergara
Fundamento: A toxoplasmose é definida como uma zoonose parasitária causada pelo protozoário intracelular T. gondii que representa um importante problema de saúde pública em doentes imunodeprimidos, sendo esta a neuroinfecção oportunista mais comum em doentes com VIH/SIDA. A sua apresentação clínica distinta é constituída por cefaleias, confusão, convulsões, febre, fotópsias e sinais neurológicos focais, sendo o seu diagnóstico realizado através de imagens radiológicas compatíveis, sorologia positiva e resposta favorável ao tratamento empírico. As lesões cerebrais da toxoplasmose são geralmente uma complicação tardia que ocorre em doentes com SIDA CDC estádio C3; é excepcional que estas e as suas consequências ocorram como primeira manifestação do VIH/SIDA, o que assume especial relevância dadas as sequelas físicas e neuropsicológicas que acarreta, bem como a taxa de mortalidade reportada que pode atingir os 20%.
Relato de caso: Trata-se de um caso de um homem de 43 anos, com história de diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial sistémica e cancro do testículo em aparente remissão, que deu entrada na urgência do nosso hospital com sintomas compatíveis com acidente vascular cerebral. , hipertermia e saturação limítrofe de oxigénio, nos quais foi diagnosticada hemorragia intraparenquimatosa, pneumonia e neuroinfecção. Além disso, foi determinada neste doente uma serologia positiva para VIH (ELISA), contagem de linfócitos CD4 para SIDA CDC estádio 3 e PCR positiva para toxoplasma no líquido cefalorraquidiano. Constituindo assim uma apresentação atípica em que o diagnóstico de VIH/SIDA foi alcançado após uma primeira manifestação de hemorragia intraparenquimatosa por toxoplasmose.