ISSN: 2161-0487
Neil Alexander-Passe
Objectivo: Este artigo detalha um estudo sobre adultos disléxicos, investigando a sua infância e se ocorreram traumas emocionais e se daí resultaram manifestações de stress pós-traumático.
Métodos: Este artigo relata um estudo reflexivo qualitativo/quantitativo sobre a dislexia do desenvolvimento de adultos com N=22 que atualmente ou que sofreram no passado de perturbações depressivas, e N=7 adultos disléxicos controlo. Foram entrevistados todos os que responderam aos anúncios de recrutamento com um diagnóstico válido. O estudo comparou disléxicos depressivos e não depressivos, com variáveis de género e sucesso académico. A Análise Fenomenológica Interpretativa foi utilizada para investigar a dislexia e a perturbação de stress pós-traumático (PSPT) numa perspetiva qualitativa.
Resultados: O estudo encontrou suporte para estudos empíricos anteriores que observaram traumas infantis entre esta população, no entanto, este estudo foi um passo mais além e investigou o TEPT como tópico principal (manifestado como adultos e pais). Raiva e ressentimento em relação ao professor de infância ainda registados na idade adulta, juntamente com recordações de injustiças cometidas pelos educadores de infância. Grande parte desta raiva deveu-se à falta de diagnóstico, o que significou que sofreram durante muitos anos de uma dificuldade de aprendizagem não diagnosticada. Curiosamente, os factores desencadeantes que os afectaram actualmente foram o cheiro (materiais de limpeza escolar), pequenas imagens e cadeiras pequenas; estes produziram elevados níveis de ansiedade, inferioridade e flashbacks que tornaram problemática a visita dos seus próprios filhos à escola, tendo alguns evitado tais situações.
Conclusão: Este estudo identificou que o trauma emocional ocorreu em todos os participantes, e isso fez com que muitos apresentassem manifestações de perturbação de stress pós-traumático em consequência do regresso à escola dos próprios filhos. Os participantes ainda notaram raiva e ressentimento como adultos em relação aos seus professores de infância.