ISSN: 1948-5964
Jordi Navarro-Mercadé, Manuel Crespo, Vicenç Falcó, Eva Van Den Eynde, Adrian Curran, Joaquín Burgos, Sara Villar Del Saz, Estrella Caballero, Imma Ocaña, Mercè Perez-Bernal, Esteban Ribera e Albert Pahissa
Enquadramento: Os critérios de elegibilidade podem explicar as diferenças na resposta viral ao tratamento antirretroviral combinado (TARc) entre os ensaios clínicos e o ambiente de cuidados de rotina. O nosso objetivo foi avaliar a eficácia da TARVc e os fatores associados à falha terapêutica (FT) em condições clínicas reais.
Métodos: Uma análise de coorte prospetiva incluindo doentes infetados pelo VIH-1 que iniciaram uma TARVc entre janeiro de 2004 e dezembro de 2009, no Hospital Vall d'Hebron. A eficácia foi avaliada como o tempo até TF definido como o primeiro entre falência virológica, descontinuação do tratamento por qualquer motivo que não seja a mudança, perda de seguimento ou morte. O método de Kaplan-Meier foi utilizado para estimar as distribuições de tempo até ao evento e a modelação de regressão de Cox para identificar os fatores associados ao TF.
Resultados: Foram analisados 232 doentes; a mediana da contagem de células CD4+ foi de 229 células/mm3 e a mediana da carga viral foi de 4,89 log10. Quase um terço dos doentes estava co-infectado com VHC e/ou VHB. O tenofovir mais lamivudina/emtricitabina (67%) foi a base mais comum e o efavirenz (77%) o terceiro medicamento preferido. A proporção de doentes sem TF nos meses 12, 24 e 36 foi de 82,9%, 78,5% e 76%, respetivamente. O TF ocorreu em 57 (24,6%) doentes, principalmente por intolerância ou toxicidade. O risco de TF foi maior nos doentes que iniciaram TARVc antes de 2006 e naqueles com um regime baseado em inibidor da protease.
Conclusões: Após um seguimento médio de 36,5 meses, três quartos dos doentes que iniciaram a TARVc de primeira linha permaneceram livres de TF. A interrupção do tratamento mantém-se como a principal causa de TF.