ISSN: 2161-0932
MVE KOH Valere, Belinga Etienne, Engbang Ndamba Jean Paul e Kasia Jean Marie
A macrossomia é definida como um recém-nascido com um peso igual ou superior a 4.000 g e. A sua incidência varia entre 2% a 15% em publicações recentes. A morbilidade e a mortalidade são ainda elevadas na África Subsariana. O modo de parto do feto macrossómico continua a ser um momento desafiante na obstetrícia até aos dias de hoje. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre parâmetros antropométricos macrossómicos do recém-nascido e a via de parto.
Tratou-se de um estudo descritivo transversal, realizado no período de 4 de novembro de 2013 a 4 de junho de 2014. Foram incluídos todos os recém-nascidos macrossómicos definidos como peso à nascença ≥ 4.000 g colhidos no momento do parto. Foram excluídos os nascidos por cesariana eletiva ou falecidos antes da admissão materna, bem como as mães com conjugado verdadeiro <10,5 cm. Os dados antropométricos do recém-nascido foram avaliados de acordo com o tipo de parto e o resultado maternofetal. Utilizámos X2 para análise estatística.
A incidência foi elevada, 7,68% (77/1002). Muitos fatores que contribuem para a macrossomia, como a idade materna, a paridade, a obesidade, o parto anterior do bebé macrossómico e o recém-nascido do sexo masculino, foram frequentes na população estudada. As complicações maternas e fetais foram raras. A frequência de parto vaginal foi de 71,4% e o tipo de parto não esteve relacionado com o peso do recém-nascido, mas sim com um novo parâmetro, o comprimento do recém-nascido, sendo que o ponto de corte foi o comprimento do recém- -nascido de 53 cm. Os bebés macrossómicos com 53 cm ou mais tinham maior probabilidade de nascer de parto normal, enquanto um comprimento inferior a 53 aumentou a frequência do parto por cesariana (P = 0,0001).