ISSN: 2168-9784
Mutters NT, Burckhardt I e Heeg K
Enquadramento: A espectrometria de massa por dessorção a laser assistida por matriz e tempo de voo (MALDI-TOF) proporciona uma identificação rápida e precisa de microrganismos. Vários relatos têm especulado sobre a sua utilização na tipagem epidemiológica. No entanto, não existe uma comparação sistemática com os métodos de tipagem padrão, como a eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE). Este estudo avalia a potencial utilização do MALDI-TOF para a análise de surtos suspeitos de enterococos resistentes à vancomicina (VRE), em comparação com o PFGE.
Métodos: Durante um surto suspeito de VRE, incluindo cinco doentes, numa unidade de cuidados intensivos, todos os isolados foram analisados por PFGE e também por MALDI-TOF. Foi criada uma série de 24 espectros para cada isolado extraído. Os espectros obtidos foram suavizados, corrigidos na linha de base e calibrados. Posteriormente, foram criados os espectros principais (MSP) utilizando um espectrómetro de massas Microflex (Bruker-Daltonik) e o MALDI Biotyper 3.0. Os picos de massa foram comparados manualmente; foi gerado automaticamente um dendograma. Todos os isolados foram testados em triplicado para avaliar as flutuações de medição.
Resultados: A análise dos picos de massa do MSP e do dendograma conseguiu identificar claramente três estirpes diferentes que estavam de acordo com o PFGE. Dois agrupamentos, refletindo quatro isolados e duas transmissões ocorridas, foram claramente identificados. As flutuações de medição não afetaram a tipagem da deformação.
Conclusões: O MALDI-TOF forneceu resultados concordantes com o PFGE e isto numa fração de tempo e custos. No entanto, o algoritmo de Bruker para a criação automatizada de dendogramas consiste parcialmente em pontuações de registo de identificação, tornando a sua resolução demasiado baixa para uma análise de digitação exata. Portanto, a análise totalmente automatizada não é possível. No entanto, os resultados obtidos mostram algum potencial para a utilização do MALDI-TOF como ferramenta epidemiológica para a gestão futura de surtos.