ISSN: 2155-9570
Jeremy Y Yu e Timothy J Lyons
Os estudos clínicos epidemiológicos revelaram associações relativamente fracas, mas estatisticamente significativas, entre a dislipidemia/dislipoproteinemia e a retinopatia diabética (RD). Grandes estudos intervencionistas recentes, no entanto, demonstraram uma eficácia inesperadamente robusta do fenofibrato no desenvolvimento de RD, possivelmente independente dos lípidos plasmáticos. Para unificar as aparentes discrepâncias, colocamos a hipótese de que as lipoproteínas plasmáticas desempenham um papel indireto, mas importante, na RD, dependendo da integridade da barreira hemato-retiniana (BRB). Nas retinas com BRB intacto, as lipoproteínas plasmáticas podem ser largamente irrelevantes; no entanto, efeitos importantes tornam-se operacionais após o BRB ser prejudicado na diabetes, levando ao extravasamento de lipoproteínas e subsequente modificação, daí a toxicidade para as células retinianas vizinhas. Nesta hipótese, a fuga de BRB é a chave, as concentrações plasmáticas de lipoproteínas modulam principalmente as suas consequências e o fenofibrato tem ações intra-retinianas. Esta revisão resume o nosso conhecimento atual dos efeitos diretos e mecanismos das lipoproteínas modificadas nas células da retina e a sua potencial contribuição para a patogénese da RD.