ISSN: 2684-1630
Esteve-Valverde E, Bonet-Alvarez M, Baraldes-Farre MA, Alijotas-Reig J
A coexistência de trombofilia hereditária com positividade de anticorpo antifosfolipídeo (aPL) não é incomum. Essa associação não anula o diagnóstico de síndrome antifosfolipídica. A infecção pode se apresentar junto com positividade transitória de aPL, geralmente isótipo aCL-IgM. Assim, certas infecções, vírus particularmente, podem aumentar o risco trombótico "per se". Aqui, comunicamos o caso de um homem de 29 anos que procurou atendimento médico devido a um curso de dez dias de dor abdominal no lado esquerdo, tosse, febre, fadiga, artralgia e dispneia leve. O paciente foi diagnosticado com múltiplos infartos pulmonares e esplênicos. Curiosamente, os resultados laboratoriais mostraram a presença da mutação JAK2-V617F, sorologia positiva para CMV, primeiro IgM e IgG posteriormente, bem como teste LA e aCL-IgM transitoriamente, mas recorrentemente positivos. O papel desempenhado por esses anticorpos aPL transitoriamente positivos - categoria laboratorial I - como um gatilho no desenvolvimento dessa diátese trombótica está sendo discutido.