ISSN: 2167-0269
Valentina Castronuovo, Ana Trono
Nos últimos anos, o conceito de património cultural imaterial tem sofrido múltiplas transformações devido ao impacto da globalização, enfrentando efetivamente um novo paradigma de crescente complexidade social. Neste novo paradigma, a ligação entre identidade e lugar tornou-se confusa, alargando ou estreitando o âmbito e a natureza dos factores que se enquadram na sua área de influência. Os festivais de música com uma dimensão histórica constituem um exemplo emblemático de património cultural imaterial, uma vez que constituem bens experienciais que só existem enquanto são produzidos. Expressam inovação artística ao mesmo tempo que se baseiam no contexto cultural histórico do contexto em questão, no seu capital cultural acumulado. Nesta base, este artigo investiga a componente patrimonial identitária do Festival Della Valle d'Itria, de forma a identificar o seu possível papel na restauração do capital regional. Criado em 1975 por iniciativa de Paolo Grassi, cuja Fundação é considerada uma das melhores escolas de música de Itália, hoje o Festival, realizado na cidade de Martina Franca (Apúlia, Itália), é um evento de apelo internacional para os amantes de música. ópera e música sinfónica. Com base numa revisão inicial da literatura científica dos últimos dez anos sobre o tema do “património cultural imaterial” sob a forma de festivais musicais e culturais em geral e o tema do “património identitário”, o artigo fornece uma primeira definição de tipologia do Festival Della Valle d'Itria e identifica características específicas do valor que traz à região em causa do ponto de vista geográfico, cultural e turístico. O objetivo é perceber até que ponto o Festival Della Valle d’Itria pode ser considerado um “recurso identitário” capaz de conferir uma nova imagem ao destino turístico existente.