ISSN: 2161-0487
Maria Alice Ornellas Pereira e Alfredo Pereira Jr.
O efeito da aromaterapia no sistema nervoso central humano é uma questão controversa nas ciências médicas. Aqui apresentamos uma hipótese relacionando a aromaterapia com fragrâncias cítricas com a homeostasia da glicose cerebral na Perturbação Depressiva Major. Como conciliar a correlação entre a depressão e a resistência à insulina com o facto de o transporte de glicose para os neurónios não ser feito directamente pela insulina? Discutimos brevemente o mecanismo do equilíbrio dinâmico da glicose no cérebro, que inclui o transporte de lactato dos astrócitos para as mitocôndrias neuronais que suportam a produção de ATP (e depois de AMPc). A nossa hipótese é que odores como a vanilina e as fragrâncias cítricas enganam os sensores do nível de glicose do cérebro, reduzindo a sensação subjetiva de “baixa energia”. Esta hipótese pode ajudar a explicar os resultados surpreendentemente positivos encontrados no tratamento da depressão com aromaterapia.