Medicina de Emergência: Acesso Aberto
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Abstrato

Reconhecimento e tratamento inicial de suspeita de hipertensão intracraniana por pediatras de cuidados primários: um estudo observacional de simulação avançada

Alexandra Regueiro-García, Miguel Fonte, Ignacio Oulego-Erroz, José A. Iglesias-Vázquez, Luis Sánchez-Santos e Antonio Rodríguez-Núñez

Justificação e objetivos: A hipertensão intracraniana aguda (HIC) é um evento que coloca a vida em risco. Qualquer pediatra deve estar apto a realizar o seu diagnóstico, estabilização e tratamento inicial. A formação através de simulação avançada pode melhorar as competências do pediatra na gestão da HIC aguda, bem como diminuir os erros e aumentar a segurança do doente. O nosso objetivo foi avaliar a capacidade dos pediatras dos cuidados primários em lidar com um caso simulado de HIC aguda e detetar os aspetos que precisariam de ser melhorados. Material e Métodos: Revemos sistematicamente cenários simulados de HIC durante cursos de simulação avançados desenvolvidos para pediatras em Espanha. A avaliação baseou-se numa sequência de tarefas previamente definidas (técnicas e não técnicas), desde o diagnóstico ao tratamento inicial, estabilização e preparação para transporte. Resultados: Foram avaliados 27 cenários de 21 cursos, com a participação de 95 pediatras. A suspeita de HIC aguda foi feita corretamente em 85% dos cenários após um tempo médio de 7,5 minutos. A terapêutica osmolar foi iniciada em 78% e a hiperventilação com bolsa-máscara foi realizada em 63%. A cabeça do doente estava elevada em 41% e foram administrados sedativos em 11%. O tempo médio para solicitar uma imagem cerebral foi de 8,5 minutos e para contactar a neurocirurgia foi de 12 minutos. A avaliação das competências não técnicas mostrou que em 12 dos 27 cenários este aspecto era fraco. Conclusões: Os pediatras dos cuidados primários são capazes de identificar uma HIC aguda, mas precisam de melhorar as suas competências de tratamento. A análise sistemática do desempenho do profissional durante um cenário simulado permite detetar pontos fortes e fracos; estas evidências devem ser utilizadas para melhorar os programas de formação.