ISSN: 2684-1630
Prabhat Vinay Nangia*, Viswanathan L, Kharel (Sitaula) R e Biswas J
Objetivo: Relatar achados de fundo de olho no lúpus eritematoso sistêmico (LES), associações sistêmicas e resultados do tratamento.
Métodos: Este foi um estudo retrospectivo de série de casos de 18 olhos de nove pacientes com LES que se apresentaram na clínica de outubro de 2002 a junho de 2016 em um centro de atendimento oftalmológico terciário no sul da Índia.
Resultados: A idade média de apresentação com envolvimento ocular em pacientes com LES foi de 25,56 anos (16 a 36 anos). A duração média do acompanhamento dos pacientes foi de 28,08 meses. A duração média da doença sistêmica na apresentação foi de 46,71 ± 50,57 meses. As características sistêmicas presentes em todos os nossos pacientes com LES, as mais comuns sendo artrite (44,44%) e citopenias (44,44%), seguidas por nefrite (22,22%) e erupções dérmicas (22,22%). Em relação aos autoanticorpos, o anticorpo antinuclear (ANA) foi positivo em quatro (44,4%) pacientes, anti dsDNA em dois (22,2%) casos, níveis de anticorpo anticardiolipina (aCLAb) elevados em um (11,1%) paciente e limítrofes em dois (18%) pacientes. O anticoagulante lúpico foi positivo em um (11,1%) caso e dois (22,2%) casos foram diagnosticados com síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (APLS). A deficiência visual estava presente em 9/18 olhos (50%) na apresentação. A retinopatia do LES foi observada em 14/18 olhos (77,78%), na forma de exsudatos duros, manchas algodonosas, manchas de Roth, revestimento vascular, hemorragia retiniana, vítrea e sub-hialoide, edema macular, neovascularização, descolamento retiniano tracional, oclusão combinada da artéria e veia retiniana. Um olho de um paciente tinha coroidopatia do LES. O tratamento instituído incluiu corticosteroide sistêmico, terapia imunossupressora, fotocoagulações a laser e cirurgia vítreo-retiniana. A acuidade visual final média foi de 0,92 ± 0,83 unidades Log MAR, que foi ligeiramente melhor do que a acuidade visual média na apresentação (0,96 ± 0,9 unidades Log MAR); porém não foi estatisticamente significante (p=0,82).
Conclusão: Os achados do fundo ocular em pacientes com LES não são incomuns e devem ser examinados com cautela.