ISSN: 2165-7548
Rajiv Singh e Julie Batterley
Enquadramento: A qualidade dos cuidados ao traumatismo cranioencefálico é ainda muito variável, havendo pouca coordenação entre as diferentes especialidades. Os cuidados intensivos dominam, muitas vezes com pouca consideração pelas necessidades de reabilitação.
Objectivo: Melhorar o resultado de todos os internamentos hospitalares por traumatismo cranioencefálico, incluindo os ligeiros e moderados, criando uma equipa especializada em traumatismo cranioencefálico para supervisionar um percurso clínico de reabilitação.
Doentes e Métodos: Foi criada uma equipa de traumatismo cranioencefálico para gerir o atendimento de todas as admissões não neurocirúrgicas com traumatismo cranioencefálico num grande hospital universitário. Para além do atendimento a doentes internados, a equipa coordena os vários serviços envolvidos no atendimento de traumatismos cranianos, organiza o acompanhamento adequado, apoia os familiares e forma os profissionais de saúde em enfermarias gerais no tratamento de doentes com traumatismo cranioencefálico. Foram organizadas clínicas de seguimento em 6 semanas e 6 meses.
Resultados: Nos primeiros três anos de serviço, a equipa geriu o atendimento de 812 internamentos. A média de idades foi de 44,3 anos (DP24,8) e o tempo médio de internamento foi de 6,1 dias (DP10,9). Destes indivíduos, 674 compareceram para seguimento de 6 meses, sendo que 52,2% tiveram um bom resultado no Extended Glasgow Outcome Score. O feedback dos doentes e familiares foi excelente, com uma pontuação média de 4,7/5 no índice de satisfação global. Após apresentações em reuniões nacionais e noutros locais, outros centros no Reino Unido estão agora a criar caminhos semelhantes.
Conclusões: Um percurso clínico dedicado e uma equipa de traumatismo cranioencefálico podem melhorar a qualidade dos cuidados para todos os internamentos com traumatismo cranioencefálico e melhorar o papel da medicina de reabilitação numa fase inicial.