ISSN: 2329-9096
Liliane Neto Generoso1, Marcella Guimarães Assis2, Paula Lages Barsand de Leucas3, Maria Bernardes Luz3, Mariana Parreira Moura3, Marcos Lucas Mateus Silva3, Eliane Viana Mancuzo
Introdução: Pacientes com Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI) são tipicamente tratados com medicamentos antifibróticos, que agem retardando a progressão da doença, reduzindo assim a frequência de exacerbações e aumentando a sobrevida. Embora seguros, esses medicamentos têm efeitos adversos e não reduzem o grau de dispneia ou melhoram a qualidade de vida do paciente. Neste estudo, discutimos as percepções de indivíduos com FPI em relação ao tratamento antifibrótico.
Métodos: Estudo qualitativo de 17 pacientes com FPI em tratamento antifibrótico por ≥ 6 meses, acompanhados em um centro de referência para doenças intersticiais. Coletamos dados por meio de entrevistas semiestruturadas e foram utilizadas as seis fases da análise temática.
Resultados: Os resultados obtidos permitiram construir três categorias temáticas: vontade de viver; percepções sobre melhora, atraso na progressão ou piora do quadro clínico decorrente do tratamento; e percepções sobre efeitos adversos do tratamento e suas repercussões na vida cotidiana. O desejo de permanecer vivo ou de reduzir o sofrimento físico foi compreendido como motivação para buscar tratamento. Alguns pacientes relataram melhora do quadro clínico após o início do antifibrótico. A tolerância aos efeitos adversos foi alta entre os participantes, e mesmo aqueles que apresentaram efeitos adversos significativos relacionados ao medicamento não interromperam o tratamento.
Conclusão: A vontade de viver parece motivar os pacientes a usar antifibróticos, mesmo sem a promessa de cura ou mudanças no estado clínico. Além disso, eventos adversos, mesmo quando agressivos, não parecem impedir que pacientes com uma doença devastadora continuem o tratamento.