ISSN: 2167-0870
Fernando Pires Hartwig
Os rápidos desenvolvimentos na ciência da computação em todo o mundo estão a permitir a utilização rotineira de métodos de computação intensiva para aplicações estatísticas. Entre estes métodos, o método da permutação é de particular interesse, pois permite o cálculo robusto (no que diz respeito aos pressupostos do teste) do valor P com base numa distribuição empírica nula. Além disso, esta abordagem ajusta-se bem ao desenho geral e à lógica dos ensaios clínicos randomizados, indicando o potencial de tal método para estudos com este desenho. Neste comentário, é considerada uma discussão para esclarecer a insuficiência da aplicação do raciocínio assintótico para o cálculo de valores P bilaterais para testes baseados em permutações, uma vez que tal erro pode ser observado na literatura de ensino moderna e é de grande preocupação para os casos em que o empírico a distribuição nula é assimétrica e/ou o valor P está próximo do nível α predefinido. Além disso, a adequação dos testes baseados em permutações para analisar resultados de ensaios clínicos randomizados indica que tal erro deve ser enfatizado à comunidade de investigação clínica, de forma a evitar análises incorretas e interpretações erradas de tais estudos.