ISSN: 2332-0761
Se-Hyoung Yi
O populismo contemporâneo tem sido explicado por um antagonismo inerente entre as pessoas puras e inocentes e a poderosa classe corrupta da elite. Este entendimento da política tenta necessariamente definir quem é o povo e quem são os inimigos do povo numa comunidade política. Este ensaio analisa o desejo populista de verificar a autenticidade do povo recorrendo a uma versão diferente do populismo: o populismo confucionista. Com a sua forte ênfase na vontade colectiva do povo e no optimismo sobre a capacidade de auto-cultivo moral das pessoas comuns, o confucionismo parece satisfazer alguns dos padrões mais importantes do populismo contemporâneo. No entanto, ao situar o povo numa série de círculos concêntricos de relações em constante expansão, o confucionismo indefine o povo, resistindo ao desejo implacável do populismo contemporâneo de verificar quem é o povo autêntico e puro e quem não o é. Este ensaio aborda que o populismo contemporâneo não é a única forma de definir o populismo, mas pode ser redireccionado ou domesticado de uma forma mais inclusiva e democrática, aprendendo com uma compreensão diferente de “povo”.