Jornal de Probióticos e Saúde
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Abstrato

Efeitos da salinidade na produção de ácido e no crescimento de três micróbios probióticos com potencial para aplicação na aquacultura intensiva de camarão

Gustavo Pinoargote e Sadhana Ravishankar

O camarão tem estado entre os produtos de maior valor acrescentado destinados à produção pela indústria da aquacultura. A crescente procura de camarão levou a um aumento maciço da produção em vários países do mundo. Os sistemas de produção intensivos e superintensivos enfrentam grandes desafios no tratamento das doenças emergentes dos camarões. O uso de antibióticos foi uma das primeiras abordagens no tratamento de tais doenças, mas os efeitos do uso indevido de antibióticos e o aparecimento de bactérias resistentes aos antibióticos são de preocupação pública. Em alternativa, os probióticos têm sido aplicados em sistemas de aquacultura para aumentar a resistência a doenças, melhorar a eficiência alimentar, manter a qualidade da água e aumentar o crescimento dos organismos aquáticos. Neste estudo foi avaliada a capacidade de três micróbios probióticos em tolerar níveis de salinidade comummente encontrados em sistemas intensivos de produção de camarão. Lactobacillus casei, Saccharomyces cerevisiae e Rhodopseudomonas palustris foram cultivadas em caldo MRS, caldo de levedura e bolor e caldo Van Neil, respetivamente, enriquecidos com 1 e 2% de NaCl. Comparou-se a sobrevivência microbiana entre os tratamentos, bem como a atividade metabólica em termos de níveis de acidez. Além disso, a morfologia celular foi comparada através de microscopia eletrónica de varrimento. L. casei e S. cerevisiae não apresentaram diferenças significativas (P>0,05) em meios com 1% e 2% de NaCl em termos de sobrevivência microbiana e níveis de acidez do meio às 24 h. R. palustris apresentou uma fase de latência prolongada que se estendeu até às 12 horas em meio de NaCl a 1% e às 48 horas em meio de NaCl a 2%, sendo que a acidez do meio não variou significativamente. A morfologia celular de todos os micróbios não se alterou significativamente em todos os tratamentos. Destes resultados concluiu-se que L. casei, S. cerevisiae e R. palustris são adequados para aplicação em tanques de aquacultura com uma salinidade até 2%.