Jornal de Imunologia Clínica e Celular
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Abstrato

A coinfecção por Ascaris lumbricoides não altera a evolução clínica da tuberculose pulmonar nem o perfil de citocinas Th1/Th2/Th17, mas pode reduzir os danos aos tecidos ao diminuir os níveis de Il-6

João Hugo Abdalla Santos, Samira Bührer-Sékula, Gisely Cardoso Melo, Marcelo Cordeiro-Santos, João Paulo Diniz Pimentel, Adriano Gomes-Silva, Allyson Guimarães Costa, Valeria Saraceni, Alda Maria Da-Cruz e Marcus Vinícius Guimarães Lacerda

O controle imunológico da infecção por Mycobacterium tuberculosis (MTB) depende da resposta imune celular, mediada predominantemente por células T CD4 ⁺ do tipo Th1 . A polarização da resposta imune para Th2 pode inibir a proteção imunológica do hospedeiro contra patógenos. Pacientes com tuberculose (TB) coinfectados com helmintos apresentam manifestações pulmonares mais graves, deficiência na resposta imune contra TB e resposta prejudicada à terapia anti-TB. Avaliamos a resposta imune celular e o impacto da presença de Ascaris lumbricoides (Al) na resposta imune e clínica em pacientes com TB pulmonar. Noventa e um indivíduos no total foram incluídos: 38 pacientes com TB, 11 pacientes com TB coinfectados com Al e outros helmintos, 10 pacientes com Al e 34 indivíduos controle não infectados. A evolução clínica da tuberculose pulmonar foi estudada em 0, 30, 60 e 90 dias após o diagnóstico por MTB e Al. Além disso, perfis de células imunes e citocinas plasmáticas em mono/coinfecção MTB e Al por Citometria de Fluxo. Não houve diferenças estatísticas para nenhum dos parâmetros avaliados e os resultados indicaram que a infecção por Al não parece levar a repercussões clínicas significativas na apresentação e evolução da tuberculose pulmonar. Inesperadamente, a associação com Al também não influenciou as respostas do tipo Th1, Th2 e Th17, bem como a porcentagem das subpopulações de linfócitos T. No entanto, níveis séricos mais elevados de IL-6 em pacientes com TB podem explicar os danos ao parênquima pulmonar.