ISSN: 2329-6674
Levi Ezequiel de Oliveira
A nutrigenética, que é regida por mecanismos epigenéticos, estuda especificamente os efeitos modificadores da herança. No nível molecular, o que acontece é que a sequência de DNA pode ser expressa ou silenciada por informações epigenéticas, que são diretamente influenciadas pelas condições ambientais. Esse sistema de informação (sequência de DNA) é usado pelos organismos conforme descrito pelo dogma central da Biologia molecular declarado por James Watson, codescobridor da estrutura do DNA em 1959. Essa hipótese prevê que a informação flui em uma única direção da nossa sequência de DNA para o RNA por meio de um processo chamado transcrição e do RNA para as proteínas por meio de um processo chamado tradução. No entanto, há outra camada de informação além da sequência de DNA. A partir da década de 1970, um novo conjunto de pesquisas em genética reunidas em um ramo da ciência chamado epigenética (além da genética) mostrou evidências sólidas de que o fenótipo não é controlado apenas pela sequência de DNA. As condições ambientais também influenciarão o fenótipo ao determinar regiões da sequência de DNA que precisam ser silenciadas ou expressas. Portanto, existem dois tipos de informação que serão usadas para construir uma proteína. Uma é a sequência de DNA em si e a outra determinará qual parte da sequência de DNA será usada pela célula. A influência do mecanismo epigenético é tão profunda que pode até mesmo alterar a sequência de DNA, já que a metilação é mutagênica. A citosina metilada é propensa à desaminação para timina. Os dinucleotídeos CpG são sub-representados em genomas de vertebrados. Além disso, a quantidade diferente de CpG entre os organismos mostra uma evidência sólida de que a metilação também desempenha um papel importante na evolução. A diferença entre o efeito mutagênico da metilação e os outros tipos de mutação, que são aleatórios, é que a metilação tende a ser direcional e influenciada por condições ambientais.