ISSN: 2593-9173
Pedro Costa Campos Filho, Ronaldo Carvalho-Silva, Dhierllate Ferreira de Sousa, Sandra Lúcia da Cunha e Silva, Aline Oliveira da Conceição, Cristina Pungartnik e Martin Brendel
Os produtores de cacau utilizam cascas maceradas de Theobroma cacao como biofertilizante para a restauração de elementos ambientalmente importantes do solo, nomeadamente N, P, K, Na, Mg e Ca. A crescente popularidade deste material orgânico para a gestão do solo justifica verificar experimentalmente que a sua aplicação não produz riscos ambientais nem para a saúde humana. Por conseguinte, aplicámos uma bateria de testes biológicos para avaliar possíveis riscos para a saúde relacionados com o extrato fermentado de casca de cacau [CHE]. Foi estabelecida uma concentração inibitória mínima para as bactérias e fungos selecionados e realizado um ensaio antiviral (herpes vírus equino – EHV-1) e um ensaio inseticida (larvas de Aedes aegypti), para observar um possível impacto ambiental.
testes utilizados A artemia salina, a atividade hemolítica e a citotoxicidade foram testadas utilizando células HT-29 e Vero, respetivamente. A genotoxicidade e a atividade anti-genotóxica foram testadas no ensaio cometa de leucócitos e uma seleção de mutantes de Saccharomyces cerevisiae permitiu procurar uma possível interferência do CHE com vias metabólicas definidas. Nenhum destes testes estabelecidos utilizados para definir a toxicidade e genotoxicidade dos compostos químicos indicou que o CHE continha substâncias que representassem tais riscos. A nossa avaliação de segurança em bactérias e leveduras, vírus, larvas de insetos e leucócitos humanos [3-(4,5-di-metilazol-2- il)-2,5-difeniltetrazólio brometo (MTT) e ensaio cometa] indicou, portanto, que macerado a casca da vagem do cacau pode ser utilizado com segurança como biofertilizante.