ISSN: 2469-9837
Lubit R
Muitas vezes testemunhei terapeutas infantis a interagir com crianças de formas que prejudicam a terapia ou até magoam a criança. O principal problema é que os terapeutas tendem a esquecer-se de como era ser criança e, por isso, não apreciam como determinados comportamentos serão vividos pela criança, nem o que a criança necessita para poder confiar no terapeuta e construir uma relação terapêutica. Construir e manter uma ligação terapêutica com uma criança é, muitas vezes, uma tarefa difícil. O primeiro desafio é que as crianças raramente optam por fazer terapia; é-lhes geralmente imposto pelos pais. Uma segunda questão é que os terapeutas sentem-se muitas vezes obrigados não só para com a criança, mas também para com os pais, com quem a criança pode estar perturbada e que podem estar a tratar a criança de forma problemática. O desafio aumenta quando o terapeuta não quer ouvir, e certamente não quer acreditar, que os pais estão a maltratar a criança. Sob todas estas pressões, é fácil para um terapeuta deixar de ter empatia pela criança e até invalidar a criança. Fazê-lo não só condenará a terapia, como poderá prejudicar a criança. O sucesso terapêutico depende acima de tudo da empatia e da conexão. Com empatia e conexão, as crianças serão beneficiadas com as sessões, independentemente da orientação teórica do terapeuta. Sem eles o terapeuta pode magoar a criança. Tendo deixado a infância para trás há muito tempo, achei as seguintes ideias muito úteis como linhas orientadoras para construir e manter uma aliança com uma criança em terapia